[Resenha] Sangue de Tinta - Cornelia Funke


Avaliação: 5/5
                                                     
"Sangue De Tinta" dá seguimento à aventura de Meggie e seu pai, Mo, um encadernador de livros que tem o estranho dom de dar vida às palavras dos livros que lê em voz alta, fazendo seres das histórias surgirem à sua frente como que por mágica. No primeiro volume da trilogia "Mundo De Tinta", a língua encantada de Mo traz à vida alguns personagens de um livro chamado "Coração De Tinta", e acaba mandando para dentro da trama a mãe da menina. Agora, neste segundo episódio, Meggie dá um jeito de entrar ela mesma no mundo fictício de Coração de tinta, onde tem o prazer de encontrar fadas, príncipes e saltimbancos que dançam com o fogo; e o sofrimento de acompanhar as artimanhas de vilões cruéis e sem misericórdia. Uma jornada sombria, repleta de fantasia e aventura.
Comecei a ler "Sangue de Tinta" porque já fazia quase um ano que havia lido "Coração de Tinta", e não faz muito sentido começar uma série e não terminá-la. Como podem perceber, "Sangue de Tinta" é a continuação de "Coração de Tinta", sendo assim o segundo livro da série Morte de Tinta, da autora Cornelia Funke. (Nossa, quanta tinta, não? rs)

Mo e sua filha Meggie têm o poder de ler e tornar o que lêem realidade. Depois de aventuras e perigos vividos, estão morando com Resa na casa de Elinor. Mas Farid, o seguidor de Dedo Empoeirado, chega com uma notícia, e implora à Meggie que o envie para dentro do livro. Ela já sonhava com o Mundo de Tinta, e não resistiu: foi com Farid para um local que havia tantas maravilhas, fadas, uma floresta chamada de Floresta Sem Caminhos, saltimbancos... Mas também muitos perigos: demônios noturnos, lobos, e claro, o terrível e maquiavélico Cabeça de Víbora. Daí, Meggie, sua família, Farid e Dedo Empoeirado, e as demais personagens começam a viver aventuras, algumas que terminaram de uma forma que eles não desejavam, mas que talvez não tenham terminado realmente. 

Neste livro, somos levados à dois mundos diferentes, mas a diferença é que um deles é feito de tinta, palavras impressas em um papel. Quem conhece a narrativa de Cornelia, pode começar a imaginar como é o mundo feito por ela. Fadas azuis, criaturas que rondam a Floresta Sem Caminhos à noite, um castelo enorme com partes feitas de... prata. Coisas que a fantasia pode proporcionar, ainda mais com uma autora dessas! Vejam um trecho de sua narrativa:
Lá fora o céu se avermelhava como num rosto no qual o sangue tivesse voltado a correr.
Cornelia segue a mesma linha do primeiro livro, com narrativa em terceira pessoa, o que é positivo pelo número de personagens que a história tem, e que pra completar, estão em mundos diferentes. É uma história onde as palavras têm poder, e que são trazidas à vida pela voz dos leitores que têm esta capacidade. Os momentos que eles lêem também são fortes no livro. Cornelia foi ótima.

Gradualmente, durante a leitura, vamos descobrindo a história (é claro), mas continua sendo algo imprevisível. Com personagens bem construídas e com personalidade, o livro fica melhor ainda. 

Quanto à questão do espaço, eu não sentia uma dimensão muito grande, pois era como se estivéssemos presos em Ombra e perto do castelo, mas quando chega a cena do moinho talvez possa se ter uma visão de espaço maior.

Quem leu o primeiro livro, deve saber de um opaco romance entre Meggie e Farid (que é apresentado também no filme), mas em "Sangue de Tinta" ele fica mais forte. Então, sim, meninas, podem preparar o "own", apesar de parecer ter ficado meio forçado, meio rápido demais. No início, Cornelia até cita algo como: "Espero que o romance de Farid e Meggie não tenha ficado muito cru", porque neste livro ela colocou de forma mais evidente. Vocês que têm costume de chorar com livros e se apaixonam facilmente por personagens, pode ser que derramem algumas lágrimas lendo essa história. O final teve uma resolução "meio assim",  como uma justificativa fraca. Vejam esse trecho que fala da "viagem" que pode-se fazer com os livros (o seguinte trecho pode ser considerado spoiler):
Mo nunca pisara na maior parte dos corredores pelos quais passavam, e mesmo assim parecia que já havia andado por eles, muito tempo antes, com o livro de Fenoglio, quando o lera tantas e tantas vezes, tentando trazer Resa de volta.
É um livro longo, mais de 500 páginas. O início de seus capítulos vem com o mesmo toque do anterior: um trecho de outro livro (ou provérbio, enfim, outra fonte textual) antes do capítulo. Não me recordo muito bem, não sei se isso acontece com todos, mas acho que esse trecho anterior é como um prelúdio pro capítulo, já dando uma ideia do que pode acontecer, ou do que poderá ser tratado. Também estão presentes as ilustrações de Cornelia no fim de cada capítulo, dando mais um detalhe. E no final do livro, também tem uma parte que fala o nome de personagens e apresenta mais sobre elas.

A resenha ficou longa? Desculpem-me se tiverem achado ruim. Mas concluindo: é um livro que eu recomendo, principalmente para os fãs de fantasia, e que deve ser lido depois da leitura do primeiro: "Coração de Tinta". Espero que tenham gostado!

Informações sobre o livro:
Autora: Cornelia Funke

Editora: Companhia das Letras
Páginas: 552 (sem contar com a apresentação de personagens)
Preço: R$ 45,00 - Livraria Saraiva.






      
          

4 comentários:

  1. Depois de tanto me falar desse livro no msn, aqui está a resenha. A resenha ficou ótima, adorei você ter tratado todos os detalhes do livro, desde a sua narrativa até os detalhes. E isso me deu vontade de ler essa série, sou apaixonado por esse tipo de livro e principalmente por livros com mais de 500 páginas UAHSAUSHA gostei bastante e to até com vontade de ver o filme agora.

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  2. Esse é o meu livro favorito da Trilogia Mundo de Tinta. Não conheço quase ninguém que tenha lido. Muito boa a sua resenha, me deu até vontade de ler de novo.

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  3. Muito bom, eu adorei, estou fazendo um resumo sobre o mundo de tinta, depois te mando o resumo,
    Bjs :*

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