Querido Mickey,
Tão jovem, tão corajoso. Te conheci há apenas 2 livros, mas esses dois adjetivos anteriores poderiam te descrever bem. Imagino como deve ser a dor de perder um pai. Seu coração perde um pedaço, não é? Não há nada como o amor paterno: aquele seu modelo, seu herói, principalmente para você, que é um homem. E agora, ter perdido sua mãe, mesmo sabendo que ela ainda está viva. Você via como seus pais eram apaixonados, mas não se sinta culpado. Eles o amavam muito, e o acidente nada tem a ver com a mudança para uma cidade, para finalmente ficarem fixos. São coisas que acontecem. E você lembra que ainda não terminamos essa história, não é?
Sempre confie em seus amigos, e o mais importante, na sua família. Confie no seu tio, Mickey. Myron só quer o seu bem, e não há nada tão seguro como laços de sangue. Familiares não estão lá porque querem, mas porque precisam. É a obrigação deles. Mas faça a sua parte, também! Ele está esperando uma abertura.
Você não tem nem 16 anos, mas já se mostra mais corajoso do que eu ou qualquer pessoa normal poderia ser. E a sua lealdade é o que mais impressiona: se você não quisesse, poderia deixar a Ashley e a Rachel pra lá, afinal, a vida é delas. Mas por ter um coração tão bravo, você quis ajudá-las. Seus pais ficariam orgulhosos (depois de dar uma bronca em você por ter se metido em encrenca).
Sempre que precisar, desabafe. E sei que para você, a melhor forma de fazê-lo é na quadra de basquete. Então não desista do que te faz bem. E lembre que Deus está sempre olhando por você. Sempre, sempre. Te amando e te protegendo. E nós, que acompanhamos suas aventuras, torcendo por você e por seus amigos. O bem, no fim, sempre triunfa.
De sua amiga,
Clara
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