[Resenha] Cidades de Papel - John Green


Avaliação: 2/5
Em Cidades de papel, Quentin Jacobsen nutre uma paixão platônica pela vizinha e colega de escola Margo Roth Spiegelman desde a infância. Naquela época eles brincavam juntos e andavam de bicicleta pelo bairro, mas hoje ela é uma garota linda e popular na escola e ele é só mais um dos nerds de sua turma. Certa noite, Margo invade a vida de Quentin pela janela de seu quarto, com a cara pintada e vestida de ninja, convocando-o a fazer parte de um engenhoso plano de vingança. E ele, é claro, aceita. Assim que a noite de aventuras acaba e um novo dia se inicia, Q vai para a escola, esperançoso de que tudo mude depois daquela madrugada e ela decida se aproximar dele. No entanto, ela não aparece naquele dia, nem no outro, nem no seguinte. Quando descobre que o paradeiro dela é agora um mistério, Quentin logo encontra pistas deixadas por ela e começa a segui-las. Impelido em direção a um caminho tortuoso, quanto mais Q se aproxima de Margo, mais se distancia da imagem da garota que ele pensava que conhecia.
Não importa quanto eu me esforce, John Green não nasceu pra ser meu autor preferido, nem pra estar entre eles. Depois de ler todos os quatro livros mais famosos dele, ACEDE, QEVA, OTK e, agora, Cidades de Papel, percebo que, definitivamente, não temos muita química. Mas nem tudo que ele faz eu desgosto. Esclarecerei o porquê.

Cidades de Papel contará a história de Margo Roth Spiegelman e Quentin, conhecidos por serem vizinhos e por uma história compartilhada na infância. Após anos e anos, suas vidas voltarão a se cruzar, e de uma forma bem curiosa. Durante uma noite, Margo chama Q para uma aventura. E no dia seguinte, ela some. 

Certo, é essa a premissa. Não contarei mais pra não dar spoiler, já que o livro é basicamente isso. Uma coisa que acho extremamente irritante e que não foi a única vez que vi nos livros do João Verde, foi essa mania de nerds se apaixonarem por uma menina extremamente complexada, popular ou não. Foi de um estereótipo pra outro. Se antes, era a menina nerd que se apaixonava pelo popular da escola, só fizemos inverter os papéis. Esse amor do Colin e no caso deste livro, do Quentin, parece mais uma carência interna do que amor, sério mesmo.

Por outro lado, se detestei Alasca, gostei mais de Margo - desculpa comparar os livros, é que eles têm uma certa semelhança -, e essa personagem que me fez não detestar tanto o livro. Suas reflexões são mais que verdadeiras, e amei suas alegorias com as tais cidades e pessoas de papel. Sério. Me vi pensando com ela, são belas verdades, como as que citarei abaixo. Ela não se ateve a pensamentos românticos e bonitinhos, ou mesmo trágicos, e sim, reais. Sobre a efemeridade da vida e como nos importamos tanto com que não é fundamental. Que passaremos o resto das nossas vidas apenas buscando, nunca conseguindo. Aquela velha história do empresário que morre, e se arrepende por não ter aproveitado o que ele tanto lutou para conseguir.
Você sabia que na maior parte de toda a história da humanidade, a expectativa média de vida foi inferior a trinta anos? Você podia contar com mais ou menos um dez anos de vida adulta, certo? Não havia planos de aposentadoria. Não havia planos de carreira. Não havia planos. Não havia tempo para planejar. Não havia tempo para o futuro. Mas aí a expectativa de vida começou a aumentar, e as pessoas começaram a ter mais e mais futuro, e a passar mais tempo pensando nele. No futuro. E agora a vida se tornou o futuro. Todos os momentos da vida são vividos no futuro: você frequenta a escola para entrar na faculdade para arrumar um bom emprego para comprar uma casa legal e mandar os filhos para a faculdade para que eles consigam arrumar um bom emprego para comprar uma casa legal para mandar os filhos para a faculdade.

Mas outras reflexões me pareceram sem sentido, e somado ao cansaço que eu já estava, era quase impossível entendê-las. Chega um ponto que a narrativa fica lenta e sempre na mesma, e as descobertas que Q faz se tornam desinteressantes. Sem falar nas piadas, é claro. Claro que tem coisa muito engraçada, mas tem baixaria, ou seja, piadas imorais e eu não entendo porque os autores insistem nisso. Parem. Isso não faz nossa mente crescer em nada, poxa. É muito irritante. 

Era isso. Desculpa pela revolta! O que acharam? 

Informações sobre o livro
Título: Cidades de Papel
Título original: Paper Towns
Autor: John Grenn
Editora: Intrínseca
Páginas: 361
Skoob
Comprar: CulturaFnacSaraiva ♥ Submarino
Adaptações cinematográficas: Confirmação por parte da 20th Century Fox. Equipe de produção igual a de ACEDE. Sem decisão de diretor ainda. Alguns afirmam que Nat Wolff, o mesmo que faz Isaac, será o escolhido para interpretar Quentin.



2 comentários:

  1. Ainda vou ler Papertowns, mas já li Acede e Teorema Katherine. Ei você sabe quando o dvd de Acede chega nas lojas?

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  2. Eu gostei de Cidades de Papel, me identifiquei bastante com o Quentin, e até gostei um pouco da Margo, mas quando chegou no final eu cheguei a conclusão de que ela era um "pobre menina rica" fanática por atenção mas um tanto perturbada. Achei ela chata, na verdade. Eu gosto dos livros do Green, das piadas imorais também, por que de certa forma as piadas desse tipo fazem parte da nossa realidade, sempre tem algum colega idiota que faz esse tipo de piada, especialmente em sala de aula. Acho essa inclusão verossímil. Mas tenho que concordar com você que a abordagem dele não é nova, só é renovada, ou seja, no meio do romance juvenil água com açúcar está a nossa modernidade com smartphones, internet e mensagens, mas no resto é muito do mesmo.

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